domingo, 24 de novembro de 2013

Sequência de atividades para o ensino de apresentação oral
Público Alvo: 6ªsérie/7ºano
Tempo previsto: 10 aulas
Objetivos: - ler textos diversos;
- localizar e comparar informações sobre bullying;
- discutir o conceito de bullying e sua existência na escola;
- apropriar-se de procedimentos de escuta e participação de uma discussão, de entrevista e de exposição oral;
- compreender as características fundamentais da organização de discussão coletiva, entrevista e exposição oral;
- formular e realizar entrevista;
- pesquisar e organizar uma apresentação de maneira a possibilitar a compreensão e atenção dos colegas;
- planejar, produzir, fazer revisão e efetuar uma exposição oral;
- utilizar recursos de apoio na apresentação (imagens, vídeos, gráficos...)
- reconhecer e utilizar uma linguagem mais formal, entonação e atitude corporal na exposição oral;
- valorizar o trabalho em grupo, bem como o respeito à opinião do outro;
Conteúdo: leitura e interpretação, discussão coletiva, entrevista, apresentação oral.
Estratégias: leitura de depoimentos, discussão coletiva, textos informativos, trabalho em grupo; entrevistas, comentários e apresentação oral.
Recursos: textos, dicionário, internet.
Avaliação: ocorrerá durante todo o processo desde as questões voltadas as estratégias de leitura inclusive a participação oral.
A exposição oral
O trabalho com a exposição oral deve ser o resultado conclusivo após a efetivação de sequências didáticas envolvendo estratégias concretas de intervenções durante todo o processo.
Este gênero é um ótimo recurso não somente na aquisição dos conteúdos, mas também para desenvolver no aluno o domínio da oralidade, pois precisará estar preparado para conduzir o público e interagir com ele. É preciso mostrar aos alunos a posição de "especialistas" que assumirão diante de uma apresentação oral, deixar claro que seu conhecimento estará superior ao do auditório pois estudou e se preparou para isto. Para diminuir esta assimetria inicial, o orador deverá não somente transmitir os conteúdos mas também informar e esclarecer, ficando atento ao retorno dado pelos ouvintes através de questões que permitam identificar seus saberes/compreensão, mas que prendam a atenção destes.
Antes de realizarem a transmissão do assunto, é necessário um amplo planejamento com análises de diversas fontes, escolha das mais pertinentes ao tema para então elaboração de um esquema base da apresentação que servirá de apoio no momento desta, visto que seu caráter é bastante monologal. Assim, organiza-se as informações de forma a progredir tematicamente: abertura, introdução, apresentação sobre o produto, desenvolvimento, retomada e síntese, conclusão e por fim o encerramento. Durante esse processo, não permanecer apenas na fala e fazer uso de recursos visuais (fotos, slides, esquemas, gráficos, palavras chaves, anotação...) que servirão como apoio ao orador e ao mesmo tempo chamar a atenção do interlocutor, evitando a monotomia e dando mais vida às palavras, com uma apresentação espontânea.
  
* Num primeiro momento, expor aos alunos que utilizamos a linguagem oral em várias circunstâncias de nossa vida: em casa, na escola, no trabalho, em conversas com os amigos, em festas, encontros... Em algumas dessas situações, o uso da língua oral é mais esponâneo e não segue normas e procedimentos preestabelecidos. Já em outras situações, pode haver regras e fatores que orientam a produção oral, tais como: o momento adequado de falar, o tempo de que dispõe para usar a palavra, o direito de expor suas ideias ou de rebater as do outro, e assim por diante.
Logo em seguida, colocar para os educandos que irão desenvolver algumas atividades relacionadas com a produção de textos orais: discussão em grupo, entrevista e apresentação oral.
* Questioná-los:
. O que é uma discussão em grupo?
. Já viram ou participaram de alguma?
. Para que serve?
A discussão em grupo é um gênero argumentativo oral, produzido coletivamente sempre que há a necessidade de os participantes de um grupo expressarem seu ponto de vista sobre um assunto, geralmente polêmico. Ela pode ocorrer em diferentes situações sociais seja na escola, em reuniões da comunidade ou até mesmo no trabalho, etc. Geralmente é feita com certos objetivos, como: analisar uma situação, levantar dados e pontos de vista para depois apresentar uma opinião, fazer um texto, participar de um debate... Por essa razão, é comum a discussão em grupo dar origem à produção de outros gêneros textuais orais ou escritos.
* Leitura de três depoimentos de alunos vítimas de brincadeiras e perseguições de colegas de escola.
Depoimento 1
Minha vida escolar não é a melhor. Gosto muito dos professores, mas de umas semanas para cá andam me difamendo por causa de um trabalho escolar. Estou sendo rejeitada por algumas pessoas da minha classe. Na aula de educação física, dizem que sou baixa e frágil, então não sirvo para nada... (aluna do 7º ano, 12 anos)
Depoimento 2
A minha vida aqui na escola é assim: não arrumo briga porque na escola não é lugar de caçar encrenca, é para estudar. Então, eu vou contar a minha história aqui na escola. Quando eu venho para a escola, os meus colegas me cumprimentam e eu os cumprimento. [...] Copio as minhas coisas e a professora pergunta se está tudo bem, eu falo que está. Na hora do recreio, uns meninos ficam [me] passando a mão [...], daí eu falo para as funcionárias e elas falam para o diretor. O diretor vai na classe e chama os meninos, que levam suspensão, e pede para a mãe deles vir aqui na escola. As mães explicam para o diretor que pediram para que não façam isso. Tem uns que me ameaçaram; então, por isso, eu não abro mais a minha boca para nada. Se passo perto deles, fico de boca calada porque sei que são marmanjos e tenho muito medo deles.
Quase não saio de casa porque a minha mãe sabe do que acontece na escola, então ela não deixa; choro que quero sair. Minha mãe não me deixar ir na casa de minha tia e se eu ficar chorando, ela me põe de castigo. Figo um mês de castigo e não posso brincar nem dentro de casa. (aluna de 10 anos, 5º ano)
Depoimento3
A escola é a segunda casa para mim, fico contente de vir à escola, tenho muitos amigos e inimigos. Sou muito fracote, às vezes me discriminam ,falam que sou "japonês", que sou "tolo", mas tudo bem. Tenho uma professora boa e gosto dela... (aluno do 5º ano, 11 anos)
(Textos e proposta de atividades extraídos e adaptados de: Cleo Fante. Fenômeno bullying - Como previnir a violência na escola e educar para a paz. Campinas: Verus, 2005. p. 25, 37 e 132-3)
* Comentar sobre as regras para a discussão em grupo:
- respeito ao outro, o que significa estabelecer condições de igualdade entre os participantes. Assim, deve-se respeitar a vez de falar do outro e suas ideias, mesmo que diferente.
- ouvir atentamente quem está falando.
- não "cortar" a fala do colega.
- não falar demais, querendo ser o centro das discussões.
- o tempo de discussão varia e é estipulado pelos integrantes do grupo.
* Questões para a discussão:
. O que incomodam ao alunos dos depoimentos?
. Como vocês veem a situação deles na escola?
. Como se sentem as vítimas?
. O que pensam sobre comportamentos como esses?
. O que pensam das pessoas que praticam esse tipo de agressão?
. O que leva os agressores a agir desse modo?
. Qual o tipo de aluno geralmente são escolhidos como vítima?
. Esses alunos tem recebido apoio de alguém?
. Concordam com o modo como as vítimas vem agindo?
. O que fariam se estivessem no lugar deles?
. Alguém sofre, sofreu ou conhece alguma pessoa que já foi vítima de "brincadeiras" parecidas?
. Isso ocorre nesta sala de aula? E na escola?
. O que poderia ser feito para resolver este problema?
. Como os colegas de classe poderiam ajudar?
* Pode ser realizado um breve quadro comparativo na lousa, com a análise dos depoimentos.
* Abrir espaço para que alguns alunos façam um resumo oral das ideias mais importantes discutidas no grupo, ou seja, reproduzir oralmente o que foi discutido. E o restante da classe, por sua vez, deverá prestar a atenção no que está sendo apresentado, observando se concordam ou se algo foi esquecido.
* Leitura dos textos a seguir:
Texto 1
Bullying. Não tem a menor graça!
Você já foi alvo de gozação ou viu alguém sendo sacaneado constantemente?
Não era brincadeira. Era o buIlying em ação

A palavra
Sem tradução para o português, bullying é toda agressão feita com a intenção de machucar outra pes­soa ou até uma turma inteira. Mas, pra ser considerado bullying de verdade, também é preciso que essa atitude agressiva se repita uma porção de vezes. Sabe aquele garoto que fica gozando do colega todo santo dia, fazendo piadinhas infelizes a respeito da orelha de abano do garoto? Pois essa atitude grosseira, repetitiva, disfarçada de brincadeira, é o tal de bullying. Mas esse comportamento vai além dos apelidos maldosos. Ele também é uma característica de quem gosta de ofender, humilhar, discriminar, intimidar, enfim, de quem se diverte fazendo tudo o que faça uma menina (ou o menino) sofrer [ ... ]
Menino é diferente
A prática do bullying nem sempre é igual para meninos e meninas. Segundo Aramis Lopes, pediatra e coordenador do Programa de Redução do Comportamento Agressivo entre Estudantes, os garotos são mais explícitos. É comum ver meninos tirando sarro de alguém na frente de todo mundo. "Já a menina é educada para ser mais recatada, discreta. Sendo assim, a estratégia delas é outra", explica o médico. É isso mesmo! A menina é mais sutil e vai, como se diz, "comendo pelas bordas". Uma fofoqui­nha aqui, uma esnobada ali e lá está ela colocando em prática sua maldade. "A princípio, elas são amigas. Mas, quando vai ver, uma garota já está sendo vítima de difamação e exclusão dentro de seu grupo", acrescenta Aramis.
Para esses casos, o especialista dá a melhor solução: trocar de turma. Afinal de contas, você é livre para ser amiga de quem bem entender e não tem nada a ver ficar atrás de meninas que só querem vê-la numa pior, não é mesmo?
Mas, quando o assunto é gozação na frente de todo mundo, como nos casos em que o cidadão grita um apelido infeliz pelos quatro cantos da escola, a pedagoga Karen Kaufmann Sacchetto [ ... ] tem a saída: "Evite reforçar essa atitude. Tente ignorar o máximo que puder". E Aramis complementa: "Saia de perto, para a brincadeira não continuar e você não sofrer".
Contar ou não, eis a questão.
E os pais, como ficam nessa história toda? "Se tiver coragem, conte a eles, pois podem ajudá-la", diz Karen. Porém o pediatra Aramis alerta: "Procure alguém de sua confiança, um colega, um professor, um funcionário da escola, ou seus pais e conte o que se passa com você. De preferência, os pais só devem interferir com o consentimento dos filhos". Se você estiver certa de que quer a ajuda de seus pais nessa luta, peça uma mãozinha. Do contrário, se tiver medo de que a situação piore, busque apenas o apoio deles, mas não desista de tentar se livrar desse sofrimento. Ficar quieta e aceitar todos os tipos de maldade é o comportamento mais incorreto. Muitas vezes, quando ficamos chateadas não há nada melhor do que o colo e os conselhos do pai e da mãe para nos dar um calorzinho no coração.
A diretoria da escola também pode ser avisada, principalmente em casos mais graves, como os de ameaça. [...]


* Questões:
1- Com base no texto lido, responda. O que é bullying?
a) É uma brincadeira que pode magoar alguém.
b) É quando uma pessoa não gosta do que o outro fala.
c) É toda intimidação ou agressão feita com a intenção de machucar outra pessoa.
d) É uma forma de agredir fisicamente alguém.
e) É quando você machuca alguém, sem verdadeira intenção.
2- Qual das alternativas abaixo está incorreta:
a) Bullying é uma característica de quem gosta de ofender, humilhar e discriminar.
b) Há crianças de diferentes idades e séries escolares que são vítimas de bullying.
c) Para ser considerado bullying de verdade, é preciso que essa atitude agressiva se repita.
d) Uma atitude grosseira, repetitiva, disfarçada de brincadeira é considerada bullying.
e) O bullying é um fenômeno que ocorre exclusivamente entre estudantes de certa idade e determinada série.
3- As crianças e adolescentes vítimas de bullying receiam contar o que vivem aos pais ou aos professores e funcionários porque:
a) têm medo de que a situação piore ou por vergonha.
b) nem sempre a situação é igual para meninos e meninas.
c) preferem procurar um pediatra.
d) no fundo, não ligam para o que está acontecendo.
e) optam por entrar na brincadeira e deixar para ver até onde vai.
4- “[...] entre estudantes, os garotos são mais explícitos.” Isto significa que:
a) São mais recatados e tímidos.
b) Ele é mais sutil, “come pelas bordas”.
c) Ele fofoca e esmola primeiro.
d) Tiram sarro dos amigos na frente de todo mundo.
e) São mais amigos, em princípio.
5- É considerado bullying:
a) Gozar, ofender, perseguir, não passar cola durante a prova.
b) Namorar a pessoa que seu amigo(a) gosta, dominar, zoar.
c) Colocar apelidos, quebrar pertences, excluir, intimidar, aterrorizar.
d) Assediar, tiranizar, não querer dar o seu número do celular.
e) Roubar, sacanear, humilhar, escolher apenas seus amigos mais íntimos para frequentar sua casa.

Texto 2

A tecnologia a serviço dos brutos

Um em cada seis estudantes brasileiros do ensino fundamental 
já foi alvo de bullying no mundo virtual. Isolamento, medo 
e até depressão são sinais evidentes desse tipo de violência


Roberta de Abreu Lima e João Figueiredo
Laílson Santos
Ela precisou mudar de escola
"Era nova no colégio quando uma amiga me contou que havia no Orkut seis comunidades intituladas Eu Odeio a Gabriela. Virei alvo de todo tipo de xingamento. A situação só foi piorando, e eu me sentia cada vez mais sozinha e impotente. O pior foi saber que eram colegas de classe que me humilhavam. Deprimida e sem receber por seis meses seguidos nenhuma ajuda do colégio, já avisado da situação, decidi, com o apoio dos meus pais, trocar de escola no meio do ano. As tais comunidades continuam até hoje na rede. É um capítulo da minha vida que luto para apagar."
Gabriela Lins, paulista, 17 anos
A falta de ar e a tremedeira incontrolável eram sinais do pânico se apossando da estudante paulista Brenda Mayer, 16 anos, ao se aproximar da escola. Durante três meses seguidos, Brenda foi alvo de humilhações sistemáticas encabeçadas por um grupo de colegas do próprio colégio. O quadro acima é típico do bullying, o nome adotado no Brasil, em inglês mesmo, para descrever um fenômeno infantojuvenil tão torturante quanto antigo. A novidade é que, agora, ele também se dá pela internet. As colegas de Brenda criaram uma comunidade no Orkut com o único objetivo de agredi-la. Em pouco tempo, o site tornou-se ponto de encontro na rede para dezenas de colegas hostis a Brenda. As ameaças, terríveis mesmo para um adulto, eram deixadas no Orkut aos montes: "Se aparecer na escola, vamos quebrar a tua cara!" ou "Te mato". Brenda continuou indo à escola, onde as ameaças e piadas eram repetidas na presença dela. Isolada, sempre em prantos, a estudante emagreceu 4 quilos. Os pais registraram queixa em uma delegacia, mas nada mudou. O inferno de Brenda Mayer só terminou quando ela trocou de escola, mas o estrago feito vai durar muito tempo: "É impossível esquecer o massacre".
O drama de Brenda ocorreu há quatro anos. Desde então o cyberbullying, o assédio covarde organizado por grupos contra uma pessoa e alimentado via internet, cresceu no Brasil. Uma nova pesquisa conduzida com mais de 5 000 alunos do ensino fundamental em todo o Brasil revela dados assustadores sobre o uso da internet para a organização de ataques à honra das pessoas. O levantamento feito pela Plan, uma ONG presente em 66 países, mostra a extensão do problema nas escolas. Pelo menos um em cada seis estudantes disse aos pesquisadores já ter sofrido agressões sistemáticas e organizadas na rede. A maldade dos agressores é potencializada pelo cyberbullying. As comunidades virtuais, os blogs e as correntes de mensagens são áreas de convivência dos adolescentes, locais em que eles se expõem, paqueram e trocam ideias. Ser privado dessa convivência ou, pior, ser alvo de ataques dos próprios colegas ali é devastador. Resume Brenda: "A autoestima desaparece". [...]


* Compreensão e interpretação:
1. Com base nos textos lidos, responda: O que é o bullying?
2. O bullying é um fenômeno que ocorre exclusivamente durante certa idade ou ano escolar?
3. Considera estas sitações:
. Um estudante debocha esporadicamente de um colega, xingando-o com vários apelidos.
. Um adolescente é vítima de piadas porque usa um celular simples, enquanto os colegas usam aparelhos mais sofisticados.
. Um grupo de adolescentes incomoda repentinamente um colega da classe, rasurando seus livros e cadernos, roubando-lhe canetas e lápis, escrevendo na lousa falsas mensagens de amor, etc.
. Um estudante divulga oralmente ou na internet uma notícia falsa a respeito de um colega, o que provoca o afastamento dos outros colegas.
a) Quais das situações podem ser consideradas bullying?
b) Para você, alguma das situações é pior do que as outras? Por quê?
4. As crianças e adolescentes vítimas de bullying receiam contar o que vivem aos pais ou aos professores e funcionários da escola por vergonha ou por medo de piorar a situação.
a) Qual é a opinião dos especialistas a respeito disso?
b) No trecho "A diretora da escola também pode ser avisada, principalmente em casos mais graves, como os de ameaça", o que você entende por "casos de ameaça"?
5. O segundo texto analisa o cyberbullying, isto é, o bullying na internet. De acordo com o texto, qual tipo de bullying é mais cruel para as vítimas? Por quê?
6. A estudante B. M., depois de ser vítima de bullying durante três meses, acabou abandonando a escola. De acordo com o texto, o problema foi resolvido?
* Questioná-los:
. O que é uma entrevista?
. Quais os tipos de entrevistas?
. Já viu ou participou de alguma?
* Leitura do texto:

Um gênero textual do cotidiano jornalístico
A entrevista requer uma boa postura por parte dos interlocutores
Você já percebeu a variedade de textos que permeiam o nosso cotidiano?
Muitas vezes nos deparamos com os mesmos, e nem nos atentamos para uma análise mais aprofundada sobre o discurso, isto é, qual a finalidade, o que se pretende com a comunicação realizada?
A linguagem tem uma função social, a qual pauta-se por uma finalidade específica, seja para persuadir, convencer sobre algo, relatar acontecimentos, instruir, informar, entre outros objetivos.
Mais especificamente daremos ênfase a um gênero textual denominado entrevista.
A todo instante nos deparamos com pessoas concedendo entrevistas a uma emissora de TV, a um programa de rádio, ou também travamos contato com a leitura de entrevistas publicadas pelos jornais de grande circulação e por uma diversidade de revistas.
A entrevista é essencialmente oral e requer uma postura adequada tanto por parte de quem a elabora quanto por parte de quem a responde. Portanto, deve-se dar maior atenção no que se refere à linguagem, pois é algo que se tornará acessível ao público de uma forma geral.
O uso de gírias, chavões e de uma linguagem informal não é aconselhável, pois o objetivo maior é fazer com que o leitor/expectador se interaja com o conhecimento do entrevistado sobre um determinado assunto.
A elaboração prévia a respeito do assunto que será discutido é de suma importância, pois o entrevistador precisa dominar o assunto em pauta, de modo a evitar algumas falhas indesejáveis. Como também, o mesmo deverá se manter totalmente imparcial, na qual a objetividade deverá prevalecer sempre, sobretudo porque nesse momento é preciso que se promova uma total credibilidade.
Estruturalmente, a entrevista compõe-se dos seguintes elementos:

Manchete ou título - Essa é uma parte que deverá despertar interesse no interlocutor envolvido, podendo ser uma frase criativa ou pergunta interessante.
Apresentação - É o momento em que se apresentam os pontos de maior relevância da entrevista, como também se destaca o perfil do entrevistado, sua experiência profissional e seu domínio em relação ao assunto abordado.
Perguntas e respostas - Basicamente, é a entrevista propriamente dita, na qual são retratadas as falas de cada um dos envolvidos.
Entretanto, há algumas entrevistas que não seguem este padrão, ou seja, umas apresentam um roteiro mais conciso somente de perguntas e respostas, outras, ao invés de retratar as falas em seu modo literal, optam por transcrevê-las usando um discurso indireto, ou, até mesmo, muitas trazem um texto introdutório e mais detalhado, com informações sobre o local, a data e duração da entrevista.
Por Vânia Duarte
Graduada em Letras
Equipe Brasil Escola

http://www.brasilescola.com/redacao/um-genero-textual-cotidiano-jornalistico.htm

* Organizar grupos de alunos para, juntos, elaborarem questões referentes ao assunto discutido e analisado para entrevistarem colegas de outras classes/séries.
* Sugestões:

Entrevista sobre BULLYING
1- O que é BULLYING para você?
2- Porque ele é bastante praticados pelas pessoas?
3- Na sua opinião,qual o objetivo que as pessoas encontram ao praticar o BULLYING?
4- No futuro, isso pode prejudicar as vitimas? De que forma?
5- Muitos tratam esse assunto como normal ou praticamente o ignoram. Você acha isso certo?
6- Você acredita que as coisas foram, são, e sempre serão assim ou acha que pode juntar-se a outras pessoas para mudar a situação em que vive?
7- Na sua opinião, quais as alternativas para "acabar" com essas agressões? Justifique.


* Após entrevista, analisar todas as respostas e elaborar breve comentário. O grupo deverá escolher um orador para expor o resultado da atividade para a classe.
* Ainda em grupo, deverão preparar uma apresentação oral sobre o tema estudado: "Bullying", para explicarem para outra classe. (um grupo para cada sala)
Para auxiliá-los, efetuar a leitura e explicação dos textos:

O que ensinar nos seminários
Quem disse que uma apresentação se aprende espontaneamente? Um seminário possui uma série de procedimentos formais que devem ser abordados em sala. Primeiro, é preciso estudar a fundo o assunto a ser apresentado por meio de pesquisas e leituras. Em seguida, é necessário triar as informações e preparar a exposição, estruturando-a para que ela seja assimilada pelos colegas. Só então chega o momento de partir para a apresentacão propriamente dita. Nessas etapas, há quatro aspectos que não podem ser esquecidos:
- Planejamento do texto: além de cuidar do conteúdo (uma preocupação comum a todas a situações comunicativas), um seminário exige a preocupação com a forma como as informações são passadas, que não pode ser a mesma usada com os colegas no dia-a-dia. Por isso, é necessário trabalhar as diferenças entre a língua formal e a informal.
Estrutura da exposição: o conteúdo precisa ser apresentado de forma clara e coerente - o objetivo é facilitar a compreensão de seu sentido geral. Para que isso ocorra, o texto oral deve ter uma seqüência organizada: fase de abertura, introdução ao tema, desenvolvimento, conclusão e encerramento.
Características da fala: o tom e a intensidade da voz do expositor devem criar um clima propício para a interação com a platéia.
Postura corporal: olhares, gestos, expressões faciais e movimentos corporais são importantes para complementar as informações transmitidas pela fala. Esses recursos auxiliam a mobilizar a escuta atenta.
Exposição oral
Para fazer uma boa exposição oral, é necessário que você prepare tudo cuidadosamente, ou seja, adotar procedimentos quanto a conteúdo, postura e voz, linguagem, relacionamento com o público e uso de recursos audiovisuais, entre outros.
Conteúdo
1. Pesquise em diversas fontes (livros, jornais, revistas, enciclopédias, sites da internet) e selecione exemplos para fundamentar sua exposição. Se houver mais de um ponto de vista sobre o assunto, leve-o em consideração.
2. Prepare um pequeno roteiro da exposição. Inclua nele a estrutura da apresentação e também os pontos principais que vai abordar.
3. Organize sua apresentação em introdução, desenvolvimento e conclusão. Na introdução, anuncie o que vai falar e como isso será feito. No desenvolvimento, organize em partes ou tópicos para facilitar a compreensão. Na conclusão, retome os pontos relevantes que expôs e resuma-os.
Postura e voz
1. Evite falar apressadamente. Fale de modo pausado para inspirar confiança e procure transmitir convicção, energia entusiasmo.
2. Lembre-se de dar entonações diferentes à voz para que a apresentação não fique monótona.
3. Procure olhar nos olhos dos seus interlocutores e evite "tiques", como passar as mãos nos cabelos, esfregar os olhos... pois causam ruídos e tiram a atenção do espectador.
Linguagem
1. Procure utilizar uma linguagem simples, direta, clara, dinâmica e persuasiva.
2. Evite empregar gírias e vícios de linguagem, como a repetição de palavras e expressões como: então, né, tá ligado, certo, tá...
3. Cuide da boa pronúncia das palavras.
Relacionamento com o público
1. Ao fazer perguntas ou dar respostas, manifeste-se com expressividade. Com o corpo, dê sinais de que está atento, como aprovar com a cabeça, concordando com seu ouvinte.
2. Ouça atentamente as observações e as dúvidas e procure responder às perguntas na hora ou peça educadamente à pessoa que as apresente no final. Ao responder uma pergunta, procure não se dirigir apenas a quem a fez. Repita a pergunta em voz alta e responda para todos os presentes, pois isso evita que o público se disperse.
Uso de recursos audiovisuais
São um importante apoio para exposições, pois conferem maior dinamismo. Podem consistir em cartazes, power point ou datashow. Use gráficos, tabelas, figuras e fotografias sempre que necessário, mas tomar cuidado para não ficar lendo slides ou dar as costas para seus interlocutores. Quando estiver explicando, fique de lado, olhando para as pessoas e volte-se para os slides somente quando quiser que o conteúdo deles seja lido por todos.
como você observou, uma exposição oral exige muito preparo e organização. E, entre seus preparativos, é fundamental a produção de um roteiro ou de um esquema, que mostre claramente os passos a serem seguidos e os tópicos mais importantes a serem comentados no decorrer dela.
Sempre que estiver numa situação formal de comunicação oral, lembre-se de que o conteúdo é importante, mas não se esqueça de dar atenção, como apoio ao seu discurso, à expressão facial e corporal, à linguagem adequada à situação e ao perfil de seu público, aos recursos audiovisuais, etc. Todos esses elementos reunidos é que farão sua exposição ser clara, precisa e bem-sucedida.